quarta-feira, 22 de abril de 2009

A tua espera

Andando pelos jardins dos meus confusos pensamentos, me deparo mais uma vez com ela. Sentada no mesmo banco, como se esperasse uma resposta do céu, como se o tempo tivesse parado e ela ainda estivesse no mesmo transe que ambos entramos quando estamos juntos. Diferente dos outros dias, paro, me escondo por trás de uma das árvores e apenas observo.

Cabelos longos, um olhar penetrante e despretensioso ao mesmo tempo, um sorriso totalmente encantador. Mãos trêmulas e agitadas, a covinha do lado esquerdo do rosto saltada mais do que nunca. O corpo de mulher e o sorriso sincero de uma garota.

Já não conseguia prestar atenção nas minhas ações que, por muitas vezes, soavam como um ogro, mesmo que a intenção fosse a de um coração puro. Parecia que a ansiedade tomara boa parte de meu corpo.

Decidi me aproximar. Sabia que talvez nunca fossemos ficar juntos, mas desistir antes mesmo de demonstrar o que sentia por ela não era de meu feitio. Escolhi a melhor das rosas de meu campo, mesmo sabendo que não seria o bastante pra ela. Pensei em tudo o que queria dizer, mesmo sabendo que tudo ainda era pouco perante tudo o que ela representava pra mim.

Tremi. Minhas mãos suavam e meu coração batia acelerado. Era assim todas as vezes em que brigávamos, era assim toda vez que eu desconfiava de algo. Já não importava. Ela valia cada gota, cada batimento. Ela já era tudo o que mais me importava. Eu tinha a certeza que era com ela que eu queria dividir todo o meu jardim.

Eu sabia que com ela, ele não seria mais composto de confusos pensamentos, pois ela carregava no bolso, todas as chaves necessárias pra destrancar as minhas problemáticas portas.

Respirei fundo, caminhei a passos largos, decidido a enfrentar o que fosse preciso. O sol brilhava, enquanto lembrava de todas as manhãs que acordei com ela ao meu lado em pensamento, de todos os quase beijos, de todos os abraços apertados e cafunés. Tudo passou rápido, como um curta-metragem diante dos meus olhos.

Vestia a velha bermuda xadrez e a típica camiseta preta, numa mão uma rosa branca, na outra toda a minha insegurança. Cheguei bem perto, me ajoelhei, olhei bem no fundo dos olhos, a peguei no queixo e dei um beijo em sua bochecha corada do sol que pegara toda à tarde em meu jardim.

Torcia pra não acordar jamais e, antes que tudo evaporasse, pedi que ela sentasse comigo ao pé de uma árvore. Ela tinha um olhar confuso e coração acelerado. Segurei bem forte na mão dela e disse que tudo daria certo, que ela podia confiar em mim, que ela não mais precisaria ter medo de olhar pra trás e me ver partir. Era ao lado dela que eu queria estar, era com ela que eu queria estar todas as noites, dias, tardes, era dela que eu esperava o sim.

Fechei os olhos. Acreditando que, ao abri-los, ela ainda estaria ao meu lado, segurando forte minha mão e, sorridente, apenas me diria, sim.

2 comentários:

Mari disse...

Ai que lindo !!
Sabe que eu acho ?
Que um dia isso tudo vai virar música :D

Raquel disse...

Nossa Duu muiiito lindo!!!!

Parabéns!!!!!!:)