sábado, 13 de novembro de 2010

Noite fria

O frio gelava todo o seu corpo. Era tarde da noite e talvez o melhor que ele pudesse fazer era dormir. Mas, agir com a razão não era um de seus pontos fortes. O cesto cheio de papéis amassados, pedaços de pensamentos jogados no lixo. Suspiros em meio ao turbilhão em que ele se encontrava.

Os abraços não estavam mais lá. O olhar era diferente. Ele se sentiu vazio. Um nada. Um qualquer. A indiferença era uma faca afiada, enfiada no meio do peito. Os olhos lacrimejavam, mas ele fingiu ser forte. Tá, fingir não era o seu ponto forte, ou melhor, nunca foi.

A mão continuava a escrever mais e mais pensamentos. A cabeça não parava de pensar e o coração apertado tentava suportar a dor do vazio. Em sua cabeça, imaginava trinta e sete milhões de cenas a toda vez que ela olhava para os lados, lia cartas, parecia distante, parecia pensativa.

Foi então que ele parou de escrever. Fechou os olhos por alguns segundos. Imaginou o abraço apertado. Ele precisava dele. Muito. Respirou bem fundo.

Ele sabia que ela não estava ali.